O dono decadente de um hotel decadente conta a sua história e
a do anterior gerente, que decorre durante os tempos de glória do hotel,
algures num país inventado no leste europeu…
A história até tinha ingredientes mais que suficientes para
tornar o filme em algo verdadeiramente único e delirante. Depois há a clara
aposta cenográfica, justamente premiada com um Oscar, uma atmosfera com um estilo kitch e uma realização que
parecem buscar inspiração nos filmes do francês Jean-Pierre Jeunet (Delicatessen, Amélie, Alien IV)…
Mas este Grand Budapest Hotel é também um grande desfilar de
equívocos, além do grande desfile de estrelas do cinema americano, este, completamente
desnecessário. Os erros de casting são enormes. Pegar em Ralph Fiennes, mais
conhecido por interpretar brilhantemente papéis de indivíduos deprimidos ou
oficiais nazis, e colocá-lo no centro de uma história rocambolesca, obviamente
que não podia dar certo. Ver Edward Norton, completamente deslocado no papel de oficial (espécie de
nazi) é deprimente.
Ou seja, o filme falha por completo quando todas as personagens excêntricas são interpretadas por actores mainstream. É este pormenor que (também) fez os filmes de Jeunnet ganharem um brilho, uma genuidade cómica que deixa este filme a anos luz, porque ali foram bem escolhidos actores com características que se encaixavam perfeitamente nas personagens, interdependentemente do seu estatuto, e não (apenas, meras) estrelas de Hollywood. Depois, colocar Wes Anderson atrás da camera a filmar as diversas peripécias que podiam dar um fulgor notável à história, é desastroso. O cinema milimérico do realizador torna o filme em algo aborrecido, sem graça ou com graças demasiadamente orquestradas.
Ou seja, o filme falha por completo quando todas as personagens excêntricas são interpretadas por actores mainstream. É este pormenor que (também) fez os filmes de Jeunnet ganharem um brilho, uma genuidade cómica que deixa este filme a anos luz, porque ali foram bem escolhidos actores com características que se encaixavam perfeitamente nas personagens, interdependentemente do seu estatuto, e não (apenas, meras) estrelas de Hollywood. Depois, colocar Wes Anderson atrás da camera a filmar as diversas peripécias que podiam dar um fulgor notável à história, é desastroso. O cinema milimérico do realizador torna o filme em algo aborrecido, sem graça ou com graças demasiadamente orquestradas.
É um filme ultra-sobrevalorizado
pela crítica, o exemplo acabado do “rei vai nú”.
Vale apenas como passatempo, para contar quantos, quando e onde
aparecem os muitos actores de primeira linha de Hollywood que, parece, se puseram na fila só para praticamente fazerem meros cameos no filme.
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