Gurotesuku | Grotesque

Um jovem casal que acaba de se conhecer (e até parece haver quimica), é raptado por um individuo depravado que depois passa o resto do filme a torturá-los e a mutilá-los porque tal o excita.

Há duas coisas que sobressaem neste filme cujo título é absolutamente apropriado. A primeira é a questão gráfica, que faz até os "Saw" parecerem filmes de família. Em Grotesque entramos um bocadinho no território dos snuff movies. O realizador faz questão de nos mostrar com grande detalhe todo um inimaginável cardápio de torturas que fariam a delicia de qualquer inquisidor, como se quisesse apelar ao Torquemada que todos teriamos dentro de nós.
Há depois a questão mais filosófica, sexualmente falando. O captor, para seu gáudio, consegue fazer com que naquele casal, de quase ilustres desconhecidos, aparentemente pessoas perfeitamente normais que contrastam com a perversão do seu captor, o prazer ultrapasse o sofrimento inimaginável. A cena dos "inocentes orgamos", não tão explicita como todas as restantes cenas doentias, podia muito bem ser o ponto alto do filme. Mas o seu auge, ou como que a fazer-nos lembrar que era mesmo só um filme, nada de sério, é depois aquela cena final meio surreal, meio canibal, que vem contrariar toda a lógica negra do filme guinando-o completamente para um momento ridicula e grotescamente memorável.
Sem a qualidade conceptual e artística de outros filmes "irmãos", como "The Human Centipede" ou "A Serbian Film", merece estar nessa galeria dos filmes bons mais maus de sempre.

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