Matt Reeves decidiu reinventar o Cavaleiro das Trevas como um adolescente deprimido preso no corpo de Robert Pattinson. Este Batman não é o playboy charmoso a que todos nos habituámos. Em vez de Wayne, temos o Bruce Emo, um homem que acredita que a maquilhagem preta à volta dos olhos é equipamento tático. E funciona, aparentemente.
O filme é tão escuro que parece filmado dentro de uma caixa de sapatos. Com longos silêncios, olhares intensos e cenas de chuva eterna, não é um filme, é publicidade gratuita aos guarda-chuvas.
O inimigo do morcego deprimido é um serial killer inspirado no Zodiac, mas com menos carisma. Matt Reeves decidiu que charadas infantis não eram suficientemente “adultas”, então transformou o personagem num incel com live streams. Parece que nada grita mais “medo” como um sociopata que pede likes. E depois temos uma Catwoman, linda, carismática, cheia de potencial – e ainda assim condenada a passar metade do tempo a sussurrar...
A cereja no topo é a banda sonora. Um arranjo épico que parece ter sido composto para avisar: “Prepare-se, está a chegar mais uma cena do Batman a andar devagar.”
No fundo, The Batman é uma carta de amor aos fãs que sempre acharam que Nolan era “demasiado mainstream”. É o Batman para quem acha que Seven precisava de mais capas e menos luz. Uma obra que confunde “sério” com “monótono” e acredita piamente que chuva + sombras + Pattinson cabisbaixo = profundidade existencial.
Veredicto final: Uma experiência cinematográfica que vai agradar a quem acha que cada frame deve ser um wallpaper deprimente.
Se gostou do filme, aqui ficam algumas dicas para não ficar mal numa discussão:
- “Finalmente, um filme que entende a psicologia sombria de Gotham.”
Tradução: “É tão escuro que não vi metade das cenas, mas parece profundo.”
- “Claramente uma obra influenciada por Seven e Zodiac, mas com uma textura mais... poética.”
Ninguém vai questionar o que “textura poética” significa.
- “É um neo-noir urbano que desconstrói o mito do herói.”
Sim, é só Batman com chuva e voz off, mas dizer “neo-noir” faz-te parecer que tens uma tese guardada.
- “Pattinson traz uma vulnerabilidade existencial que expõe a ferida emocional do vigilante.”
Tradução: “Ele parece triste, e isso é cool.”
- “As três horas de filme são um mergulho necessário na alma corrompida da cidade.”
Ainda a procissão vai no adro e as pipocas já acabaram.
- “Quem acha que é só mais um filme de super-heróis não percebe a crítica estrutural ao fascismo implícito no conceito de vigilância.”
Boom. Conversa terminada. Eles vão fingir que entenderam.
- “No fim, The Batman não é sobre justiça… é sobre a inevitabilidade da escuridão dentro de nós.”
Traduzindo: “O filme acabou e ainda não sei o que vi, mas soou inteligente.”
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