No mar surge aquilo que aparentemente é um fenómeno sem explicação...até que se consegue finalmente vislumbrar um monstro que se encaminha para terra, na direção de Tóquio. Durante o seu trajecto destrutivo vai-se metamorfosear no/a Godzilla...O filme oscila entre dois planos distintos: de um lado mostra-nos o monstro a destruir tudo e mais alguma coisa, ao bom estilo dos filmes catástrofe; do outro vemos as autoridades japonesas, as questões políticas e burocráticas com vista à resolução do problema.
Temos sempre legendas que nos explicam quem estamos a ver e onde, por exemplo: "Ministério da Defesa, 5º piso, sala de reuniões"; depois, "Assessor do ministro da defesa". Geralmente este tipo de descrições surge apenas no principio dos filmes, numa fase introdutória. Todo o filme parece assim ser uma demasiadamente longa introdução, num registo quase documental, demasiado chato...
Depois temos os efeitos especiais onde também se verifica uma dualidade: ora hiper-realistas, no caso das cenas de destruição, ora ridículos, no caso dos monstros. A versão pré-godzilla chega a ser patética...
Godzilla é um monstro "nuclear", a metáfora destrutiva de Hiroshima e Nagasaki. Neste filme, o monstro que vem do mar vai provocar inúmeras inundações, havendo cenas quase decalcadas da tragédia do mais recente tsunami ocorrido naquele país. O cinema catástrofe japonês sempre refletiu os fantasmas e medos daquela sociedade oriental. Para nós, espetadores de cinema, medo é coisa que este Godzilla não mete.
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