Mein Kampf

É um jovem miserável Adolf Hitler que chega a Viena com o sonho de ser admitido na Academia de Belas Artes.
Fica instalado num albergue para sem abrigos masculinos onde irá ser acolhido de forma paternal por um judeu mais velho que o vê como o filho/neto que nunca teve, e que mantém uma relação (praticamente pedófila) com uma jovem tipicamente ariana por quem Adolf também se vai enamorar...

Neste filme não é propriamente Hitler o centro da história. O filme está mais centrado na figura de Schlomo Herzl, o judeu que o ajuda.
Até o título do filme, Mein Kampf, não se refere ao livro de Hitler (só anos mais tarde escrito numa prisão) mas ao  livro que o seu protetor judeu estaria a escrever. O filme baseia-se assim em factos reais historicamente provados (a sua permanência no albergue e o sonho de ser pintor), acrescentando-lhe pormenores como o do livro escrito pelo judeu e outros que já entram completamente no dominio da ficção ou da mera hipótese especulativa. Por exemplo, o célebre bigode teria sido uma invenção do judeu que o acolhe, ou que teria acordado com o simbolo da suástica marcado na face depois de dormir numa almofada com aquele padrão...
Numa escala microscópica, quando comparada com o poder que alcançou, vemos o desenvolvimento radical das caracteristicas de um homem neurótico e deprimido que exerce um crescente domínio doentio sobre todos os residentes e funcionários do albergue, que vai morder a mão de quem lhe deu o pão e apoiou, nunca se mostrando reconhecido, pondo acima de tudo o seu orgulho e os seus ideais baseados na raça.
Está muito bem construída a colérica personagem de Hitler pelo ator Tom Schilling.

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