Dune | Duna

A substância mais valiosa do universo é uma especiaria que só se encontra num planeta desértico, onde habitam umas minhocas gigantes e um povo que aguarda pela chegada da chuva e de um messias. Pelo menos a chuva já seria óptimo...

É compreensível que David Lynch se escuse a falar sobre este filme. Uma super-produção onde algumas boas ideias coexistem com o absurdo, algumas personagens fortes (por exemplo, o barão Harkonen) coexistem com outras patéticas (por exemplo, os senhores das mega-sobrancelhas).
Artisticamente o filme parece uma manta de retalhos e está repeleto de opções de eficácia muito duvidosa e difíceis de explicar.
Não se percebe, por exemplo, o porquê da narração da princesa filha do emperador quando depois no filme a mesma é uma mera figurante.
Depois há uma série de sequências com imagens oníricas, com o cunho de David Lynch, mas tão mal tratadas pelas equipas de efeitos especiais que simplesmente mais valia nunca terem existido. Lynch poderia ter-se antes dedicado um pouco mais à direção de actores ou pelo menos ter mandado, por exemplo Sting, ter uma semana de formação numa qualquer escola, antes de pisar o set.
Ficam por responder duas questões que acabam por acrescentar mística a este filme:
E se tivesse avançado a proposta de filme do Jodorowsky ?
E se tivesse sido Ridley Scott o realizador (como inicialmente estava previsto) ?
Uma coisa é certa: a prometida nova versão de Dune, de Denis Villeneuve, em termos conceptuais e de efeitos especiais estará para este Dune como a versão de King Kong de 2005 esteve para a de 1933.

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