Jim & Andy: The Great Beyond - Featuring a Very Special, Contractually Obligated Mention of Tony Clifton


Quando Milos Forman decidiu fazer um filme sobre o comediante Andy Kaufman, estaria longe de imaginar que, ao escolher Jim Carrey para o papel de Andy Kaufman em Man on the Moon, iria entrar numa viagem mais ou menos insana que o levou provavelmente muitas vezes a considerar se conseguiria levar ao fim tal projeto.
A forma como Jim Carrey encarnou a personagem foi muito para lá do tradicional method, ele decidiu ser aquela pessoa que existiu no plano de uma ficção construída na base do real para além da construção física. Nesta base, Jim Carrey conta-nos em primeira pessoa - na pessoa que ele é hoje - a história por trás desse filme, Man on the Moon, que foi muito para além do filme em si. Neste documentário Jim & Andy: The Great Beyond, temos conhecimento de um outro filme. Através das imagens dos bastidores do filme de Milos Forman e no confronto com as imagens reais das performances de Kaufman e do seu alter ego Tony Clifton, tal documentação leva-nos a crer que houve uma espécie de reencarnação do comediante dadaísta em Jim Carrey, o que acabou por servir tal como uma consagração da vida para lá da morte. A forma como Jim Carrey exigia ser tratado no set, o comportamento do ator incorporando em permanência os devaneios, as inseguranças, os excessos e as brigas de Kaufman, funcionou assim para construir toda uma realidade absurda e caótica, fundamental para o filme.
Neste pressuposto, a interpretação de Andy por Jim, só poderia resultar num final feliz, embora tal interpretação/reencarnação me pareça ter sido puramente premeditada e racionalizada pelo próprio, apesar de residir nas explicações de Jim, uma tentativa de valorização de uma experiência do tipo metafisico, mas que no fundo foi uma forma beyond que serviu dar mais verdade a uma personagem única da comédia americana.

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