A viagem ao cérebro humano, a mentes em colapso, é sempre fascinante. Aqui estamos perante um mecanismo de defesa, um labirinto psicológico onde a realidade se molda às necessidades emocionais do protagonista, funcionando como uma descida ao inferno do sentimento de culpa, mostrando como a mente é capaz de construir narrativas alternativas, fantasias e distorções para sobreviver ao trauma.
Mais do que um simples thriller erótico ou psicológico, Naboer interessa-se pelo modo como o cérebro organiza o caos interior, criando inimigos, desejos e situações extremas como forma de enfrentar ou esconder aquilo que não consegue aceitar.
É um cinema inquietante, que desconforta precisamente porque nunca deixa claro onde termina a realidade e começa o mecanismo de autopreservação, transformando a culpa num espaço físico e mental do qual é impossível sair ileso.

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