Overlord

Um grupo de paraquedistas americanos cai atrás das linhas inimigas no dia do Dia D para cumprir uma missão “simples”, que rapidamente descamba quando os nazis decidem misturar ciência, ocultismo e péssimas ideias de laboratório, criando zombies musculados e imortais. ~

A partir daí o filme abandona qualquer ilusão de subtileza para abraçar alegremente o caos: tiros, explosões, corpos a rasgar-se e um argumento que sabe perfeitamente que ninguém está ali para ter grandes reflexões morais, mas sim para ver nazis a serem brutalmente despachados de formas cada vez mais criativas. E tudo embalado num tom sério o suficiente para fingir que isto é cinema de guerra, mas louco o bastante para se assumir como um filme de terror de série B com orçamento grande, onde a lógica morre muito mais cedo que os maus da fita. 

Há depois aquela personagem negra dotada de algo raríssimo naquele universo: ética, empatia e um mínimo de decência humana, funcionando como bússola moral num filme onde a bússola foi claramente atirada pela janela do avião logo no início. Ainda arranja tempo para um innuendo amoroso com a rapariga francesa, coisa subtil quanto baste para parecer ternura genuína, mas curto o suficiente para o filme não correr o risco de parecer interessado em sentimentos. Apenas pequena pausa emocional entre uma decapitação e uma explosão, como quem diz “sim, isto é um festival de violência absurda, mas olhem, ainda somos pessoas”, antes de voltar rapidamente ao programa principal: matar nazis sem pontaria e sempre com o corpo exposto às balas. 

A violência e os efeitos especiais são os verdadeiros protagonistas e o espectador, longe de reclamar, agradece e mastiga (pipocas).

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