
Há duas coisas essenciais que fazem com que este Blade Runner 2049 resulte num filme fabuloso que em certos momentos nos tranporta para experiências quase imerssivas. A primeira é o primeiro Blade Runner. A história deste segundo filme é indissociável e completamente dependente do primeiro. A segunda, é a expectativa com que se vê, depois de se ter visto a primeira obra prima. O filme aproveita muito bem estes dois "combustíveis". E à história e à expectativa, acrescenta-lhes outros: uma banda sonora eximia (que é uma re-invenção da banda sonor original de Vangelis), interpretações sólidas, uma realização segura, uma panóplia de novos elementos conceptuais e mulheres escultóricas.
Visto isoladamente, resulta num filme onde sobressai a melancolia inexplicável das longas cenas introspectivas e que em muitos momentos se converte em monotonia, algo que pode muito bem explicar o relativo fracasso de bilheteira. É que há muita gente vai ver este filme sem nunca ter visto (experimentado) o anterior.
É só em termos visuais que este filme supera mas respeita o primeiro e acaba por conseguir aquilo que à partida parecia ser impossível: consegue surpreender.
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